Ouço pedras
Que cantam sonhos
Em suas formas dissonantes
Gritantes e angustiantes.
Liberam seu peso
Enquanto mar
Adicionando areia
Ao seu arenoso sonhar.
Oram e oram ao tempo
No relento ao vento
Na sua eternidade de pedra.
Indiferentes ao mundo
E seus ardores laços
A pedra ao fundo
Só se rende em pedaços.
Fragmentos soltos
Que coabitam a era
Separando canteiros
Cantando primaveras.
Igual a poesia
Que pesada no peito
Transborda beleza
Enfeitando a elegia.
Pedra e melancolia
Que brotam do vento
Tocam os céus
Vestem nuvens
E viram pó.
E o vento vem
E a água leva
Transformam pedras.
Nascem em livres cachoeiras
Que vertem vida
Perdidas entre pedras
águas adormecidas.
Árias áridas
Imóveis moinhos
Matérias cálidas
Eternos caminhos.
Ouço pedras
Quando deito e ao acordar
Que renovam o leito
Do meu rio que corre pro o mar.
®IatamyraRocha
Silêncios / Efêmero
Transparências / Palavras ao vento
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