A vida reserva
o vermelho que pode ser vinho
o azul que cerca todas as coisas mutáveis
e aquele botão.
Ainda o pressiono
pode abrir alguma pétala
e seu perfume correr nos campos livres
pode também usar turbante roto e antigo
abri páginas de livros secretos e frios
ou então pode virar canção
de nus corpos amantes no chão.
Toco esse cálice não o afasto
quero ele bem perto do peito
estilhaçando átrios bem formados
e no centro braços abertos
a espera do orifício de prata.
Sou entre as pernas sexo
e sangue que ainda escorre
porção do tempo a nexo
num gozo que nunca morre.
- Iatamyra Rocha
"Realidade não me impressiona. Eu só acredito em intoxicação, em êxtase, e quando a vida ordinária me algemar, eu escapo, de uma maneira ou de outra. Nenhum muro mais."
- Anais Nin