As correntes da manhã
Brilham contra o vento
O calor e as sombras
Espocam seus rebentos.
Sou vidro
Em cacos
Desfoco e cintilo
Caleidoscópica.
Viro reflexo
No orvalho esquecido
Sinto o mundo
Ungindo meu umbigo.
Busco asas
Fragmentadas
Submersas nas manhãs
Ensolaradas.
Colo aos meus pés
E deixo o universo
Amanhecer minhas mutações
In versos.
Arvoreio
As mãos
Para tocar o céu
Com minhas folhas.
Iatamyra Rocha
"Eu não sou promíscua.
Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.'
- Clarice Lispector
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